18 de diciembre de 2017

Interfaces da flexibilidade cognitiva e da aprendizagem em fóruns de discussão

Interfaces da flexibilidade cognitiva e da aprendizagem em fóruns de discussão

Eduardo Rodrigues da Silva EduardoUFABC, Silvia Dotta Silvia Dotta

Resumen


Este artigo tem como objetivo apresentar a revisão sistemática da literatura sobre a Flexibilidade Cognitiva enquanto capacidade de inibir uma resposta, mudar de opinião ou atitude por outra mais adequada. Esta característica do comportamento humano está presente na teoria da aprendizagem desenvolvida por Spiro e seus colaboradores, mas também nas funções executivas da neuropsicologia cognitiva. A elaboração de atividades para fóruns de discussão baseadas nestes princípios pode fornecer a base conceitual para que os professores possam estimular o enfrentamento de casos ou situações-problema, de modo a promover a flexibilização do pensamento, a aprendizagem ativa e o protagonismo dos estudantes, baseado em um conjunto de conhecimentos já aprendidos anteriormente. Utilizamos como fonte de pesquisa 12 bases de dados, resultando em um total de 224 documentos encontrados, dentre os quais 56 foram selecionados como pertinentes para o presente estudo, após a aplicação dos critérios de exclusão. A Flexibilidade Cognitiva foi apontada como uma teoria de aprendizagem capaz de desenvolver a habilidade de flexibilizar o pensamento e os construtos cognitivos que promovem o conhecimento dos estudantes, ajudando-os a compreender melhor as convenções sociais e interferências tecnológicas que conjugam textos verbais e não verbais às mais variadas expressões matemáticas, gráficas, diagramáticas e esquemáticas, bem como a apreensão dos caminhos resolutivos de um caso ou situação-problema.

Palabras clave


flexibilidade; cognição; fórum de discussões; atividades de aprendizagem; resolução de problemas

Referencias


Abujadi, C. (2013). Estimulação Magnética Transcraniana em indivíduos com autismo. Dissertação (mestrado), São Paulo: FMUSP, 127 p.;
Aleixo, A. A. et al. (2008). FlexQuest: potencializando a WebQuest no Ensino de Química. Faced, Salvador, n. 14, p. 119-133;
Araujo, E. M. (2009). Design instrucional de uma disciplina de pós-graduação em Engenharia de Produção: uma proposta baseada em estratégias de aprendizagem colaborativa em ambiente virtual. Dissertação (Mestrado). São Carlos: EESC/USP, 219 p.;
Ausubel, D. P. (2003). Aquisição e Retenção de Conhecimentos: Uma Perspectiva Cognitiva. Ligia Teopisto (trad.), 1ª ed., Lisboa: Plátano, 226 p.;
Balcytiene, A. (1999). Exploring individual processes of knowledge construction with hypertext. Instructional Science, p. 303-328;
Balestra, A. G. (2012). Caracterização de funções neurocognitivas em pacientes com Transtorno Depressivo Maior com e sem sintomas psicóticos. Dissertação (Mestrado), Ribeirão Preto: FMRP/USP, 117 p.;
Bernardes, E. T. (2015). Estudo das relações entre maus tratos na infância, prejuízo em funções executivas e transtornos do comportamento disruptivo em uma amostra comunitária de crianças. Dissertação (Mestrado). São Paulo: FMUSP, 79 p.;
Botelho, L. L. R.; Cunha, C. A. C.; Macedo, M. (2011). O Método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e sociedade, Belo Horizonte: UFMG, v. 5, n. 11, p. 121-136, mai./ago.;
Brito, R. F. et al. (2006). Desenvolvendo Objetos de Aprendizagem SCORM aplicando a Arquitetura da Informação e Teoria da Flexibilidade Cognitiva. Informática na Educação: Teoria & prática. Porto Alegre, v. 9, n. 1, p. 97-108;
______. (2007). Desenvolvimento de cenários digitais interoperáveis para aprendizagem baseada em problemas. Dissertação (mestrado). Florianópolis: UFSC, 137p.;
Carvalho, A. A. A. (2008). Os LMS no Apoio ao Ensino Presencial: dos conteúdos às interacções. Revista Portuguesa de Pedagogia, p. 101-122;
______. (2002). Promover a Flexibilidade Cognitiva em Níveis Avançados do Conhecimento. Faced, n. 6, p. 25-46;
______. (2000). A representação do conhecimento segundo a Teoria da Flexibilidade Cognitiva. Revista Portuguesa de Educação, Portugal: Universidade do Minho, recuperado de: http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/488/1/AnaAmeliaCarvalho.pdf, p. 169-184;
Carbonella, J. et al. (2016). Examining the Link Between Hoarding Symptoms and Cognitive Flexibility Deficits. Elsevier, Behavior therapy, v. 47, n. 2, p. 262 -273;
Cavallini, E. et al. (2015). Self-help memory training for healthy older adults in a residential care center: specific and transfer effects on performance and beliefs. International Journal of Geriatric Psychiatry, p. 870–880;
Chieu, V. M. (2007). An Operational Approach for Building Learning Environments Supporting Cognitive Flexibility. Educational Technology & Society, p. 32-46;
Colzato, L. S. et al. (2009). Recreational cocaine polydrug use impairs cognitive flexibility but not working memory. Psychopharmacology, p. 225–234;
Cunha, P. J. et al. (2010). The frontal assessment battery (FAB) reveals neurocognitive dysfunction in substance-dependent individuals in distinct executive domains: Abstract reasoning, motor programming, and cognitive flexibility. In: Elsevier, Addictive Behaviors, v. 35, p. 875-881;
D’Alcante, C. C. (2010). Características neuropsicológicas no transtorno obsessivo compulsivo e seu impacto na resposta ao tratamento. Dissertação (Mestrado), São Paulo: FMUSP, 151 p.;
Dalledone, S. B. S. (2003) Ambiente de apoio ao processo ensino-aprendizagem na internet para desenvolvimento de projetos educacionais. Dissertação (mestrado). Florianópolis: UFSC, 104 p.;
Debiasi, N. S. F. (2013). Um estudo de associação entre sintomas de déficit de atenção/hiperatividade e medidas neuropsicológicas de flexibilidade cognitiva e atenção seletiva em crianças. Monografia (especialização). Porto Alegre: UFRGS, 33 p.;
Diamond, A. et al. (2007). Preschool Program Improves Cognitive Control. Science, v. 318, p. 1387-1388;
Dias, C. M. (2014). Avaliação Neuropsicológica das Funções Executivas em um Adulto com Sintomas de Ansiedade. Monografia (especialização). Porto Alegre: UFRGS, 48 p;
Dong, G. et al. (2014). Cognitive flexibility in internet addicts: fMRI evidence from difficult-to-easy and easy-to-difficult switching situations. Addictive Behaviors, p. 677–683;
Farmer, J. E.; Eakman, A. M. (1995). The relationship between neuropsychological functioning and instrumental activities of daily living following acquired brain injury. Applied Neuropsychology. p. 107-115;
Fontes, L. M. O. (2013). Uma Arquitetura Multiagente de Apoio à Aprendizagem Baseada em Problema. Dissertação (Mestrado). Mossoró: UFERSA/UERN, p. 153 p.;
Gligorovic, M.; Buha, N. (2013). Conceptual abilities of children with mild intellectual disability: Analysis of Wisconsin Card Sorting Test performance. Journal of Intellectual & Developmental Disability, p. 134–140;
Goudouris, E. S. et al. (2013). Tecnologias de Informação e Comunicação e Ensino Semipresencial na Educação Médica. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, p. 396-407;
Junior, C. A. M.; Melo, L. B. R. (2011). Integração de Três Conceitos: Função Executiva, Memória de Trabalho e Aprendizagem. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 27, n. 3, p. 309-314;
Junior, J. B. B. (2010). As abordagens educacionais: das perspectivas comportamentalistas à aprendizagem em rede. In: Concepção, Avaliação e Dinamização de um Portal Educacional de WebQuests em Língua Portuguesa. Tese (Doutorado). Braga: Universidade do Minho, cap. 2, p. 41-97.
Klopfer, E. et al. (2005). Using Palm Technology in Participatory Simulations of Complex Systems: A New Take on Ubiquitous and Accessible Mobile Computing. Journal of Science Education and Technology, vol. 14, n. 3, p. 285-297;
Leite, B. S. (2011). Uso das tecnologias para o ensino das ciências: a web 2.0 como ferramenta de aprendizagem. Dissertação (Mestrado). Recife: UFRP, 286 p.;
______; Leão, M. B. C. (2010). Contribuição da web 2.0 no ensino de química. In: Congreso Iberoamericano de Informática Educativa, v. 1, Santiago de Chile, p. 99-106;
Lima, L. S. (2002). Proposta de um Framework de apoio ao desenvolvimento de cursos a distância baseados na abordagem sócio-histórica de Vigotski. Dissertação (Mestrado). Florianópolis: UFSC;
Liu, H. et al. (2016). The effect of cognitive flexibility on task switching and language switching. The International Journal of Bilingualism, v. 20, n. 5, p. 563 -579;
Lozada, C. O. (2013). Direito Ambiental: relações jurídicas modeladas pela Matemática visando uma formação profissional crítica e cidadã dos bacharelandos em Engenharia Ambiental. Tese (Doutorado). São Pauo: FEUSP, 362 p.;
Messina, B. (2015). Impulso sexual excessivo, aspectos neuropsicológicos no estado de vigília e pós-estímulo sexual: estudo experimental. Dissertação (Mestrado). São Paulo: FMUSP, 92 p.;
Moreira, L. R. (2014). Manual de revisão bibliográfica sistemática integrativa: a pesquisa baseada em evidências. Belo Horizonte: Anima Educação;
Morton, J. B. et al. (2013). Funções executivas. In: Enciclopédia sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância. Ontário: CEECD, 43 p.
Nascimento, M. A. (2015). Estratégias de Remediação Cognitiva no Envelhecimento. Dissertação (mestrado). Rio de janeiro: UFRJ, 120 p.;
Newswander, L. K.; Newswander, C .B. (2012). Encouraging Cognitive Flexibility and Interdisciplinarity in Public Administration Programs. Administration & Society, p. 285-309;
Neyrinck, B. et al. (2006). Cognitive, Affective and Behavioral Correlates of Internalization of Regulations for Religious Activities. Motivation and Emotion, p. 323-334;
Ohira, H. et al. (2011). Chronic stress modulates neural and cardiovascular responses during reversal learning. Neuroscience, p. 193–204;
Pacheco, R. M. V. N. (2013). Ensinar e aprender no ensino superior através do ensino a distância: o perfil pedagógico do professor/tutor e o perfil de aprendizagem dos estudantes em cursos b-learning. Dissertação (Mestrado). Algarve: Universidade do Algarve, 224 p.;
Paleari, A. P. G. (2013). Crianças com queixa atencional e alterações psicomotoras: estudo comparativo. Dissertação (Mestrado). São Paulo: FOBUSP, 122 p.;
Pessoa, T.; Nogueira, F. (2009). Flexibilidade Cognitiva nas vivências e práticas educativas: Casebook para a formação de professores. In: Nascimento, A. D., and Hetkowski, T. M., orgs. Educação e contemporaneidade: pesquisas científicas e tecnológicas [online]. Salvador: EDUFBA, 400 p.;
Pinto, L. K. (2011). Um estudo com o Psicodiagnóstico de Rorschach sobre o funcionamento psíquico de pacientes que realizaram tratamento de obesidade. Dissertação (mestrado), São Paulo: IPUSP, 215 p.;
Pires, C. A.; Leão, M. B. C. (2009). Ambiente Virtual de Estudo “Escola Virtus” e o Podcasting Multimídia como recursos no processo de ensino-aprendizagem. Revista Latinoamericana de Tecnología Educativa (RELATEC), v. 8, n. 2, p. 39­57;
Portowitz, A. et al. (2014). In Harmony: A technology-based music education model to enhance musical understanding and general learning skills, International Journal of Music Education, vol. 32, n. 2, p. 242–260;
Rosatelli, M. C. (1999). Um Ambiente Inteligente para Aprendizado Colaborativo no Ensino a Distância Utilizando o Método de Casos. Tese (Doutorado). Florianópolis: UFSC, 184 p.;
Salles, B. W. (2009). Desenvolvimento de uma base de conhecimento de casos clínicos de pacientes portadores de desordem temporomandibular, como forma de organização do conhecimento e auxilio no diagnóstico. Tese (Doutorado). Florianópolis: UFSC, 190 p.;
Sampaio, R. F.; Mancini, M. C. (2007). Estudos de revisão sistemática: um guia para a síntese criteriosa da evidência científica. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, v. 11, n. 1, p. 83-89, jan./fev.;
Samuelson, K. W. et al. (2012). Relationships Between Maternal Emotion Regulation, Parenting, and Children’s Executive Functioning in Families Exposed to Intimate Partner Violence. Journal of Interpersonal Violence, p. 3532-3550;
Schubert, T.; Andersson, M. (2013). Old is Gold? The Effects of Employee Age on Innovation and the Moderating Effects of Employment Turnover. Centre for Innovation, Research and Competence in the Learning Economy (CIRCLE), Lund: Universidade de Lund, p. 1-27;
Silva, M. P. et al. (2011). Estratégias de ensino para o planejamento didático pedagógico de um sistema de ensino a distância mediado pelo ambiente virtual de ensino aprendizagem. In: Social Software in Higher Education: Pedagogical Models and Universities Strategies. Youssef, A. Y. & Ramirez, A. Palhoça: Editora Unisul, 339 p.;
Spiro, R. J. et al. (1987). Knowledge Acquisition for Application: Cognitive Flexibility and Transfer in Complex Content Domains. Technical Report No. 409. Center for the Study of Reading, National Institute of Education (U.S.), U.S. Army Research Institute for the Behavioral and Social Sciences. University of Illinois at Urbana-Champaign, recuperado de: http://files.eric.ed.gov/fulltext/ED287155.pdf;
______. (1992). Cognitive Flexibility, Construtivism and Hypertext: Random Access Instruction for Advanced Knowledge Acquisition in Ill-Structured Domains. In: Duffy, T. M.; Jonassen, D. H. Constructivism and the Techonology of Instruction: A Conversation. Hillsdale, NJ: Lawrence Erilbaum, p. 57-75;
Strobel, J. et al. (2008). The evolution of a collaborative authoring system for non-linear hypertext: A design-based research study. Computers & Education, p. 67–85;
Sylwan, R. P. (2001). Algumas contribuições experimentais ao problema da habilidade inibitória em tarefas com interrupção sinalizada. Tese (Doutoramento), Ribeirão Preto: FFCLRP/USP, 142 p.;
Toledo, M. M. (2006). Comparação do diagnóstico e resposta a um treino de atenção em crianças com os subtipos de transtorno e déficit de atenção/hiperatividade. Tese (Doutorado). Campinas: Unicamp, 290 p.;
Tonietto, L. et al. (2007). Aquisição Inicial do Léxico Verbal e Aproximações Semânticas em Português. Psicologia: Reflexão e Crítica, p. 114-123;
Van de Ven, R. M. et al. (2015). The effect of computer-based cognitive flexibility training on recovery of executive function after stroke: rationale, design and methods of the TAPASS study. BMC Neurology, Amsterdã: Universidade de Amisterdã, p. 1-12;
Van Uem, J. M. T. et al. (2016). Quantitative Timed-Up-and-Go Parameters in Relation to Cognitive Parameters and HealthRelated Quality of Life in Mild-to-Moderate Parkinson's Disease. PLOS ONE, p. 1-15;
Vygotsky, L. S. (1996). A formação social da mente. Rio de Janeiro: Martins Fontes;
______. (2008). Pensamento e linguagem. Jefferson Luiz Camargo (trad.), 4ª ed., São Paulo: Martins Fontes;
Wolf, T. J. et al. (2016). Combined Cognitive-Strategy and Task-Specific Training Affects Cognition and Upper-Extremity Function in Subacute Stroke: An Exploratory Randomized Controlled Trial. The American Journal of Occupational Therapy, v. 70, n. 2, p. 1-10;
Wu, H.; Puntambekar, S. (2012). Pedagogical Affordances of Multiple External Representations in Scientific Processes. J Sci Educ Technol, p. 754-767;
Zimmermann, N. (2014). Working memory training and poetry-based stimulation programs: Are there differences in cognitive outcome in healthy older adults? NeuroRehabilitation, p. 159-170;
Zuanetti, P. A. (2015). Consequências da obesidade infantil nas habilidades cognitivas envolvidas na aprendizagem escrita. Tese (Doutorado). Ribeirão Preto: FFLRPUSP, 102 p.;
Zuk, J. et al. (2014). Behavioral and Neural Correlates of Executive Functioning in Musicians and Non-Musicians. PLoS ONE, v. 9, n. 6, p. 1-14.


DOI: https://doi.org/10.5944/ried.21.1.17496